terça-feira, 22 de junho de 2010

Nem melhor nem pior

Quero menos lucidez, menos pensamento, mais leveza, ausência de definições e respostas para cada momento.Quero menos detalhismo, menos perfeccionismo, quero mais Casé e menos Kalil, quero mais vícios e manias, quero mais digital e menos analógico, quero menos horários, menos compromissos traçados comigo mesmo. Quero mais o agora e menos o hoje. Quero total falta de intensidade em alguns momentos e completa intensidade em outros, intensidade em tudo vem me desgastando. Quero menos entrega, quero mais entrega, quero mais aquilo e menos isso.Quero definições não muito compreendidas e definidas.
Quero o diferente, não é nem melhor nem pior, só é mais próximo de quem não sou eu, mesmo que eu sempre tenha lutado para ser esse eu.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Parábolizando

É só uma teoria, uma historinha que um jovem de 14 anos me contou.
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Ele tinha batatas
Ela tinha ketchup
Era uma perfeita relação.
Ele lhe dava batatas, e ela lhe dava ketchup, não era uma doação, era uma troca, uma perfeita troca.
Com o tempo ele lhe deu mais batatas, pois tinha muitas, e ela só aceitou, mas não deu seu ketchup extra para o menino.
Ele lhe deu mais batata, e ela então percebeu que não precisava mais dar tanto ketchup para receber as batatas, e foi assim diminuindo a quantidade de ketchup e recebendo ainda as mesmas fartas porções de batata. até que ela já não precisava mais de batata, e não lhe deu mais nenhum ketchup.
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É como eu disse, é só uma história, talvez um pouco abstrata, mas que diz tudo, e que cada um analise como melhor achar.

terça-feira, 8 de junho de 2010

O ano do Tigre.

Tenho aprendido a ser eu sem ser eu mesmo.
Descobri novas possibilidades.
Comecei a ignorar horários de inicio, todo ser vivo nasce só com a certeza do fim, então talvez esteja certo, o inicio não precisa ter o momento certo pra ser inicio.
Tento me programar menos quando nessa programação existe alguém alem de mim.
Vou tentando me fazer de errado.
Redescobri o que é ser uma dupla e não um grupo.
Mudei a dupla.
Troquei intensidades comigo mesmo.
Guardei angustias, decepções, desprezos e indiferenças, para depois fazer de tudo para jogá-las fora uma a uma.
Conheci gente nova, amei quase nenhuma, gostei de varias, muitas delas, e me esqueceria facilmente de algumas.
Compreendi um novo mundo, fui compreendido, aos poucos tais compreensões passaram a ser incompreendidas, tornam-se desentendimentos, que voltam a ser compreendidos.
Li e reli, textos, palavras, frases, elogios, criticas e conselhos.
Ouvi muito, falei bastante.
Pratiquei minha arte preferida, observar.
Esqueci que enquanto se observa também se é observado.
Fui completamente entendido compreendido e apoiado por todos, todos eles.
Me assustei, aprovação demais me causa medo.
Vivi, poucas coisas deixei de fazer, e não me arrependo por ter deixado-as.
Ela me disse que seria diferente, em momento algum falou que seria bom. Eu digo que sim, esta sendo bom sim, e repito, ela falou que seria apenas diferente, em momento algum falou que seria RUIM.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Me leve nas suas patas.

Creio que eu tenha sido eu mesmo e esteja sendo eu mesmo, tenho certeza disso. Mas que mudei é indiscutível, o que eu achava meio inexplicável hoje me pareci algo normal, não a criticaria mais, os padrões eu sempre achei super mutáveis, e a cada dia acho mais. Comumente quando saio da caverna, fico um bom tempo fora e volto a hibernar, e é a eles que abraço, cada peludo, penados ou escamadinho que tanto me encantou desde pequeno, me recordo bem do dia que enfim decidi não dedicar toda minha vida a eles, olhei na carinha de cada um, principalmente dele, fixei bem os olhos assim como eu fazia quando eu era pequeno e havia problemas aqui, eu só olhei, abracei e disse: “Desculpa, eu te amo e vou te amar sempre, mas não é pra mim.” Eu considerei como uma traição, uma obrigação minha não sendo cumprida pra um alguém que eu tanto devia. As vezes me pego olhando pra ele, depois de mais de 12 anos de companheirismo, e choro, choro de lembrar cada momento que passamos juntos, choro de ver que ele mesmo super, super bem, ativo e forte, carrega consigo a idade que me traz a lembrança que o amor pode ser pra sempre, mas a presença tem data pra começar e terminar.

O momento do agora.

Esta tem sido uma daquelas fases em que eu mudo completamente, é como a noite funciona para o gato. Eu saio, descubro o mundo que existe do lado de fora, visito palácios e baldes de lixo, encontro outros de minha espécie, me comunico, troco informações e quando o dia esta para amanhecer lá estou eu, voltando para casa, e lá fico o dia todo pronto para o próximo passeio, a próxima fuga, mas faz tempo que eu não volto, isso as vezes me ocorre, a família enlouquece, estranha, reclama, contesta, e com o tempo, não por eles, mas por mim mesmo eu volto.Só que já não tenho mais voltado, assim como o gato, visitei desde palácios a baldes de lixo e ambos me pareceram interessantes, e na verdade, sempre os gatos voltam no outro dia, mas quase SEMPRE, eles voltam. Comparações com os animais sempre me agradam, me sinto importante, um ser elevado, sóbrio.